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Arquiteto Urbanista e Jornalista, premiado como artista visual, animador, roteirista, quadrinista, bonequeiro e gestor social.
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    Blog

    Crowdfunding ou morte!

    Desanimei dos programas governamentais e dos meios de patrocínio tradicionais – via de regra, os primeiros precisam ser rebocados da lama e os segundos estão preocupados demais com seus acionistas. Como não tenho pai rico e minhas ideias não se tornariam realidade por mágica, procurei alternativas e descobri o “crowdfunding”.

    Em bom português, o termo significa “financiamento coletivo” e em português ainda melhor, “vaquinha”. Oras, sempre fizemos isso para ajudar a ong do bairro ou para juntar a turma num churrasco. Só que agora, com internet e sites especializados, a nossa abrangência local virou mundial!

    Tudo meio que começou em 1997(!) com fãs juntando dinheiro para uma turnê americana da banda inglesa Marillion. De lá para cá, passando até pela arrecadação milionária da campanha de Barack Obama, o fato é que os “micropatrocinadores” viabilizando projetos educacionais, culturais, ambientais, políticos, imobiliários e até de pequenos negócios só têm se multiplicado.

    Se você tem uma boa ideia, basta formatá-la como um projeto simples e bem transparente que responda algumas questões: qual é a sua proposta, como e onde tudo funcionará, quem será beneficiado, qual o montante de dinheiro necessário, como e quando será investido e principalmente, como o colaborador se beneficiará?  Então, durante um prazo estabelecido de arrecadação, muitos colaboram com pouco e a galinha enche o papo. Quem se identificar com a sua proposta ou causa, poderá investir o que quiser e puder em seu projeto, direto do celular ou computador. Tudo é automatizado, do pagamento à geração de documentos fiscais. Para incentivar esse fluxo, é praxe que sejam estipuladas recompensas para cada nível de apoio oferecido, ou seja, quem apoia com mais dinheiro ou em menos tempo, pode escolher melhor as contrapartidas. Rápido, prático e democrático.

    (As próprias plataformas de financiamento coletivo costumam oferecer tutoriais bastante didáticos para você estruturar e vender seus projetos. Afinal, elas ganham apenas quando você também ganha.)

    Apesar do objetivo principal ser o levantamento de recursos, o mais bacana é que o pulo do gato não está no dinheiro em si, mas em algo muito mais valoroso: a sua base de fãs!

    Mesmo não sendo a Lady Gaga, com certeza você tem alguém de sua família que se orgulha de você, amigas e amigos que lhe dão apoio e nessa sequência, colegas de escola, academia, de trabalho ou mesmo gente conhecida que pelo menos sabe quem você é e sorri quando está por perto. É muito importante identificar esses círculos e quanto de influência você tem sobre cada um deles.  Se você se comunicar bem com essas pessoas e honrar ou superar seus compromissos com elas, construirá uma boa reputação. Sendo assim, o dinheiro poderá até acabar, mas fãs respeitados nunca abandonarão você e sempre apoiarão novamente com suas iniciativas. Aposto que não há governo ou agente de mercado que se apegue tanto a você!

    Entendo que o crowdfunding é o verdadeiro espaço de libertação.  Atualmente, estou “no ar” com a campanha “Causos do Chico Lorota” (veja o link), um projeto coletivo que busca recursos no financiamento coletivo para a impressão de um álbum de HQ. O contato com os fãs me permite coletar suas opiniões e críticas, o que tem sido fundamental para corrigir erros e aprimorar acertos. Para mim, abrir as ideias para a sociedade é uma questão de sobrevivência. Se eu não tivesse declarado independência dos modelos tradicionais, minhas ideias poderiam estar morrendo às margens do Ipiranga, sem direito a verem o Sol da liberdade que brilha nesse instante!

     

    Acesse também:

    Entrevista com Diego Reeberg: O caminho das pedras do Financiamento coletivo

     

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    comentários

    Cordeiro de Sá