Desbloqueando: Foquei tanto, que perdi a noção do todo!
Dando sequência à série de enfrentamento de bloqueios criativos, vamos ao inimigo número dois. Afinal, conhecer contra o que se luta é uma condição para a vitória! lembrando que me baseio na lista feita por Alvin Simberg.
Bloqueio 02
Perda da visão sistêmica
Descrição
Esse tipo de bloqueio criativo ocorre quando conseguimos encontrar a fonte de um problema, mas ficamos tão preocupados e focados nela que acabamos nos esquecendo das coisas, pessoas e relações que a cercam e que lhe dão sentido no tempo e no espaço.
É como se, ao decidirmos fazer uma receita de bolo, nos preocupássemos apenas em reunir os ingredientes, sem checar se a batedeira ou o forno estão funcionando.
Tipo
Bloqueio de percepção
Portas de entradas
Alienação, insegurança, teimosia
Atitudes libertadoras
Valorização da diversidade, experimentação, generalização
Dica salvadora
Depois de encontrar a causa de um problema, procure relacioná-la com o espaço ao redor, entender como as pessoas envolvidas são influenciadas por ela e como a percebem e até qual é o seu histórico. Lembre-se: a ordem é comprender o contexto!
Busque as conexões existentes e, principalmente, trocar a forma de abordar o problema. Acostumar-se a consultar opiniões externas ao seu ambiente ou de pessoas vindas de áreas diferentes da sua, pode ajudar bastante.
Um “causo”
Em “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu” (Cia das Letras, 1990), o doutor Oliver Sacks relata o caso de um de seus pacientes que andava pendendo o corpo para um lado. Como o problema não era físico, mas neurológico, o homem não percebia isso, até acabar se chocando contra objetos e outras pessoas.
Se seguisse a medicina tradicional, sua área de atuação e conforto, provavelmente o médico diria que o distúrbio não poderia ser curado – não havia mesmo remédios ou cirurgia que resolvessem aquilo.
(Felizmente, ele ampliou o foco de visão e examinou o contexto!)
Mas “e se, a solução não fosse curar a doença, mas criar um jeito de lembrar o homem que ele andava inclinado?”, “e se, a solução viesse do próprio paciente?”.
Partindo dos conhecimentos do homem, que era carpinteiro, o médico o estimulou a adaptar uma armação de óculos, adicionando um nível a ela. Então, quando seu corpo se inclinava involuntariamente, ele era capaz de ver o indicador do nível se mover e, assim, voltava a ficar ereto.
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